Intimidade do Barroso com Moro e Dallagnol indica contaminação sistêmica do judiciário
Com a revelação do jantar oferecido por Luis Roberto Barroso ao então juiz Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol [aqui], sobe para 3 – por enquanto – o número de ministros do STF que o Partido Lava Jato tratava como “seus”.
Na mensagem em que convidou Moro, Dallagnol e outras pessoas, Barroso diz que “Tereza e eu teremos o imenso prazer em recebê-los para um pequeno coquetel/jantar em nossa casa, no dia 9 de agosto [de 2016] próximo, 3ª feira, às 20:30, […]”.
Dentre os convivas, nenhum advogado de defesa de réus eventualmente atingidos pelas decisões dos julgadores e acusadores em íntima e reservada confraternização.
Barroso informa que “Será uma reunião em traje casual, com a presença limitada aos organizadores do evento, o que inclui membros da minha assessoria e poucos dirigentes do UniCEUB”. O evento mencionado por Barroso é o debate sugestivamente chamado de “Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor” [sic] [vídeo].
Antes de afirmar que “Estamos [ele e a esposa Tereza] muito felizes de tê-los aqui”, o ministro do STF sublinha que o jantar será algo próximo ao clandestino, “com máxima discrição. Na medida do possível, desejamos manter como um evento reservado e privado”.
Através das mensagens reveladas anteriormente pelo Intercept foi possível conhecer-se a intimidade do Dallagnol [i] com outro Luiz do STF, o Fux, celebrada por Moro naquela frase épica “In Fux we trust”; e também [ii] com mais outro Luiz da Suprema Corte, o Fachin, cuja afinidade foi comemorada pelo Dallagnol como um torcedor no estádio esportivo: “Aha uhu, o Fachin é nosso!”.
Por isso, do mesmo modo que Fux e Fachin, Barroso também se tornou suspeito para participar do julgamento dos processos do ex-presidente Lula, considerado o inimigo político e alvo central da Lava Jato [aqui].